Apesar do crescente interesse global no continente africano, coincidindo com uma adoção cada vez mais ampla de padrões de consumo éticos e responsáveis, os consumidores internacionais têm dificuldade em aceder a produtos artesanais autênticos, tendo seguido um processo de controlo de qualidade padrão, expedidos direta e rapidamente da África Subsaariana ou as Antilhas. Este ponto é compartilhado tanto por compradores individuais quanto profissionais.

Os artesãos que operam no setor informal raramente são bancarizados e, portanto, inelegíveis para a maioria dos apoios financeiros necessários ao desenvolvimento da sua atividade (investimento em equipamentos, por exemplo). As agências de financiamento estão cépticas devido aos riscos para a sua viabilidade económica e as oportunidades de microfinanciamento são esporádicas. Note-se também que quando há créditos disponíveis, as taxas são elevadas e as garantias exigidas constituem uma verdadeira barreira ao acesso.

O sector do artesanato na África Subsariana e nas Antilhas beneficiaria de uma maior harmonização. Veríamos então uma redução das barreiras à entrada (normas, regras e regulamentos comuns), reforçaríamos a confiança dos consumidores e facilitaríamos a cooperação internacional. Até à data, não existe nenhum rótulo que autentique a origem ou a qualidade dos produtos artesanais destas regiões. Assim, nem os interesses dos artesãos nem os dos consumidores são protegidos. Note-se que as poucas marcas estruturadas carecem de visibilidade no cenário internacional.

Os artesãos que trabalham no sector informal (uma grande maioria na África Subsariana) não seguem os processos administrativos necessários para cumprir os regulamentos em vigor no comércio internacional ou os requisitos de determinados concursos. A sua mercadoria é assim vendida num raio restrito. Este fenómeno é verdadeiro a nível regional: os mercados consumidores locais não conseguem absorver toda a oferta.

Os artesãos necessitam de reforço de competências técnicas para uniformizar e aperfeiçoar a sua produção. O contexto institucional deve facilitar o acesso a uma formação de qualidade, que tenha em conta o contexto em que serão aplicadas as competências adquiridas. Para além das competências técnicas, é também necessário melhorar a qualidade global da oferta, desenvolver novas técnicas, inovar para fidelizar os clientes e penetrar em novos mercados. Exemplos: gestão de projetos, marketing, gestão administrativa e financeira, relacionamento com clientes, etc.

O rendimento dos artesãos muitas vezes cobre apenas necessidades vitais, mas não lhes permite escapar a uma situação de pobreza ou crescer (para empresários que formalizaram a sua actividade). Os preços não são regulamentados e os clientes são livres para negociar preços mais baixos.